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quinta-feira, 17 de maio de 2012


Redação da Semana (entregar até dia 24 de maio)
Bullying na escola 

Proposta de redação
1. Escreva uma dissertação sobre o seguinte tema: Bullying, que necessidade estranha é essa de ferir moral ou fisicamente outro ser humano?

Recomendações para a dissertação:
a) tente alcançar um mínimo de 30 linhas;
b) não discuta os fatos levados por emoção violenta, preferência ou escolha de ordem individual;
c) observe seu posicionamento e evite a todo custo a falta de coerência interna;
d) procure dar exemplos, na parte argumentativa, de fatos recentes e que sejam de conhecimento público, divulgados por jornais e revistas;
e) fuja de texto circular, ou seja, nada de repetir-se infinitamente, girando em torno de um mesmo eixo que não se desenvolve.
f) você pode, caso queira, oferecer exemplos da indiferença que grassa em todo o mundo quanto os mais pobres, os mais indefesos, os menos privilegiados.

2. Escreva dissertação com mais ou menos 25 linhas sobre o assunto em questão.


Orientações para o aluno
Quantas vezes, nos últimos tempos, lemos, ouvimos e vemos notícias de que jovens (ou nem tanto) invadem uma escola, uma associação, ou universidade, matam indiscriminadamente professores e alunos e suicidam- se em seguida?



Por trás daqueles atos, os jornais nos trazem explicações terríveis: vítimas de brincadeiras infelizes, sem vez e sem voz, atormentados pelo bullying no passado, praticam como vingança a extrema violência. Nos países ditos “civilizados”, a situação é tão grave que se criam campanhas e mais campanhas (livros, comerciais, jornais, tevê) a fim de impedir o prosseguimento do bullying, sobretudo nas escolas.
A vítima fica com seqüelas emocionais muitas vezes para sempre (há notícias de que muitas delas se tornam, elas próprias, os algozes); o caso é tão grave nas escolas brasileiras que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo distribuiu, no início deste ano, um manual contra a prática, chamado de “Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”.
Um comercial digno de lembrança (e com legendas em português), feito no Canadá (“Palavras que machucam”), pode ser visto em www. youtube.com/watch?v=sjCUd6QK6tM.
Mas nem sempre são apenas palavras; constrangimentos físicos, violências múltiplas também se encontram no rol dos desatinos que são praticados pelas pessoas que, perturbadas emocionalmente, investem contra aqueles que se apresentam temerosos, mais frágeis, mais fracos ou sem defesa. Piadas, apelidos, brincadeiras de mau gosto. Cerca de 60% das crianças e dos adolescentes já foram vítimas dessa atitude infeliz; há notícias, inclusive, de que professores contribuem para disseminar uma humilhação sob a forma de apelidos ou gritos de guerra. No mundo inteiro, há relatos de crianças e adolescentes que, para se verem livres de tais atos, suicidam-se. Muitos outros, para fugir da situação incômoda e do medo, drogam-se. Nos tempos de internet, aparece outra modalidade: o cyberbullying.
Algumas vítimas reagem positivamente e conseguem sair do papel de apenas vítimas. Outras precisam de auxílio terapêutico para o resto de suas vidas. É sobre isso que vamos escrever esta semana. Veja mais alguns vídeos, comerciais e trabalhos sobre bullying no Youtube. Há uma infinidade de campanhas publicitárias de outros países. (Professora Esther Rosado)

Texto 1
Não tem graça nenhuma
Bullying é um comportamento agressivo realizado repetidamente e de forma intencional, sem causa aparente, por um estudante, ou um grupo deles, contra outro(s), causando dor ou angústia e executado dentro de uma relação desigual de poder – os valentões da escola, por exemplo.
Isso pode acontecer por meio de agressão física, ameaças, ofensas morais, isolamento, exclusão, roubos, furtos, danos materiais, cobrança por segurança, difamação, dentre outras coisas. Os primeiros estudos sobre o assunto surgiram há duas décadas na Europa. Ainda há poucos indicadores das ações de bullying no Brasil. Mas pesquisas feitas em 2000 pela Unesco com jovens de diversas cidades do país mostraram que cerca de 60% dos jovens na faixa etária de 14 a 19 anos de idade foram vítimas de algum tipo de violência no ambiente escolar. “Os primeiros trabalhos ficaram restritos aos meios acadêmicos”, argumenta o dr. Lopes Neto.
“A partir de 2000, a pesquisadora Cléo Fante fez um levantamento em São José do Rio Preto, interior de São Paulo; e, em 2002, a Abrapia desenvolveu seu projeto no Rio de Janeiro”. Tanto as pesquisas internacionais quanto as realizadas aqui trazem a mesma conclusão: as vítimas de bullying podem sofrer de depressão, insegurança, problemas escolares ou síndrome do pânico. Casos mais extremos podem levar a ações violentas que culminem em homicídios ou suicídios. Quando não há intervenções efetivas contra o bullying, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado e todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. O exemplo dos jovens Eric Harris e Dylan Klebold descreve dramaticamente a dimensão da gravidade: os estudantes da Columbine High School, no Colorado, EUA, mataram 13 colegas e depois se suicidaram.
Testemunhas afirmaram que os dois garotos eram alvos de piadas na escola. A história foi levada ao cinema pelo diretor Michael Moore, com o título Tiros em Columbine.
Disponível em : (<http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/101/artigo25021-2.asp>.

Texto 2
Características de quem sofre bullying na escola:
• Falta de vontade de ir à escola, pedir para mudar de escola ou ter medo de ir e voltar.
• Mudar, freqüentemente, o trajeto entre a casa e a escola.
• Sentir-se mal quando precisar sair de casa.
• Baixo rendimento escolar.
• Voltar da escola, repetidamente, com roupas ou livros rasgados.
• Chegar muitas vezes em casa com machucados inexplicáveis.
• Tornar-se uma pessoa fechada, arredia.
• “Perder”, repetidas vezes, seus pertences, seu dinheiro.
• Parecer angustiado, ansioso, deprimido.
• Ter pesadelos freqüentes.
• Evitar falar sobre o que está acontecendo, ou dar desculpas pouco convincentes para  tudo.
• Tentar ou cometer suicídio.

Texto 3
O bullying na escola e na vida
O bullying é um comportamento que é recorrente e causa baixa auto-estima e insegurança em seus atores. Normalmente, existem três tipos de envolvidos em uma situação de violência moral: o espectador, a vítima e o agressor. O espectador é aquele jovem ou criança que vê diariamente as situações de bullying e torna-se inseguro e temeroso. Ele não conta suas
impressões por receio de tornar-se alvo ou por ter sido ignorado pelos adultos nas tentativas que fez de comentar certos fatos. A vítima é aquele jovem ou criança frágil que é freqüentemente ameaçado, intimidado, isolado, ofendido, discriminado, agredido, recebe apelidos e provocações, tem seus objetos pessoais furtados ou quebrados.
Normalmente, mostra-se arredio, demonstra medo ou receio de ir para escola e não procura ajuda por sentir-se indefeso. Ele pode ter baixo rendimento escolar, ficar deprimido, ansioso, ter dificuldades de sono e pesadelos.
O agressor normalmente aprendeu a usar um comportamento agressivo com os adultos para resolver seus problemas. Apresenta um comportamento de intimidação e provocador permanente. Acha que todos devem atender a seus desejos de imediato e demonstra dificuldade de colocar-se no lugar do outro. Tanto ele quanto suas vítimas apresentam dificuldade de relacionamento, são inseguros e sentem pressão em algum momento.
O bullying pode ser causado por outras crianças e jovens, mas pode estar presente na relação de pais e filhos e entre professor e aluno. Alguns exemplos são aqueles adultos que ironizam, ofendem, expõem as dificuldades perante o grupo, excluem, fazem chantagens, colocam apelidos preconceituosos e têm a intenção de mostrar sua superioridade e poder, usando deste comportamento freqüentemente.
A medida entre o abuso e um comportamento inadequado é avaliada de acordo com a freqüência e a intensidade que ocorrem. O bullying marca a auto-estima, a personalidade e a vida de uma criança e de um jovem. Muitos jovens que viveram situações de opressão revoltam-se contra seus agressores e contra os espectadores causando verdadeiras tragédias.
Outros por se acharem merecedores desta exclusão e concordarem com sua desvalorização tentam ou cometem suicídio. Claro, que esses são casos raros, mas sabidamente esse não é um comportamento que surgiu há pouco tempo, desde sempre, o relacionamento entre iguais promove alguns jogos perigosos de poder. Tal problemática tem muitas implicações
do ponto de vista da prática educativa, e suas diferentes manifestações têm preocupado de forma especial pais e educadores.

Violência e educação
Não é de hoje que profissionais da educação, alunos e pais vêm se surpreendendo com problemas de violência entre jovens alunos de classe média. Apesar das preocupações, generalizadas, os olhares dos pesquisadores têm se voltado, majoritariamente, para as manifestações de violência entre jovens das classes populares (Sposito, 1994). Mas, afinal, o que está acontecendo? E os jovens alunos de classe média?
Enfatizamos que não restam dúvidas de que as diferentes formas de violência estão disseminadas em todos os espaços de atuação humana, mas a idéia corrente mais popularizada é de que elas são muito próprias e circunscritas aos grandes centros urbanos e a jovens da região periférica.
E questionamos novamente: e os jovens de regiões centrais? Não praticam também violência? Não usam drogas? Pesquisas realizadas pela Unesco com jovens de diversas cidades do Brasil (Brasília, Fortaleza, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo) permitiram
verificar que, aproximadamente, 60% dos jovens na faixa de 14 a 19 anos de idade foram vítimas de algum tipo de violência nas unidades escolares, nos últimos anos.
Em outro estudo, finalizado em 2002, também é verificada a escala de violência que vitima nossa juventude: a taxa de mortalidade na faixa etária de 15 a 24 anos por causas violentas duplicou nas duas últimas décadas.
No contexto internacional, índices de homicídios entre jovens são extremamente elevados. Outras informações são ainda mais preocupantes: no plano nacional, 40% das mortes entre jovens devem-se a homicídios. Nas capitais do país, essa proporção se eleva para 47% (Waiselfisz, 2002).
A discussão sobre violência é importante porque é um fenômeno que se desdobra no ambiente da instituição escolar. Ao analisar o fenômeno da violência, vemo-nos diante de uma série de dificuldades, não apenas porque o fenômeno é complexo, mas, principalmente,
porque nos faz refletir sobre nós mesmos, sobre nossos pensamentos, sobre nossos sentimentos. A violência se confunde, se interpenetra, se inter-relaciona com agressão de modo geral e/ou com indisciplina, quando se manifesta na esfera escolar (Nogueira, 2003).
Assim, podemos afirmar que a violência em meio escolar no Brasil e mesmo em outros países tanto decorre da situação de violência social que atinge a vida dos estabelecimentos (violência na escola), como pode expressar modalidades de ação que nascem no ambiente pedagógico, neste
caso, a violência da escola. A violência da escola e a violência na escola abrigam uma série heterogênea e complexa de fenômenos, dentre os quais o bullying escolar (Nogueira, 2003).
Embora não seja um fato novo, não podemos afirmar o crescimento do fenômeno em escala mundial. Podemos apenas dizer que estudos vêm sendo realizados nos mais diversos países, confirmando sua existência em todos os centros escolares, além da freqüência, do número de alunos envolvidos, do contexto em que mais incide e das mais diversas variáveis de interesse científico e acadêmico. Começando com pesquisas na Escandinávia e, em seguida, no Japão, no Reino Unido e na Irlanda, esse estudo da intimidação ou violência moral vem hoje tendo lugar na maioria dos países europeus, na Austrália e na Nova Zelândia, no Canadá e nos Estados Unidos. Olweus (1998), pesquisador da Universidade de Bergen, desenvolveu os primeiros critérios para detectar o problema do bullying escolar deforma específica, permitindo diferenciá-lo de outras possíveis interpretações como incidentes e gozações ou relações de brincadeiras entre iguais, próprias do processo de amadurecimento do indivíduo. Desse estudo, desenvolvido em escala nacional, pode-se calcular que, aproximadamente, 15% do total de alunos das escolas de educação primária e secundária, da Noruega, figuravam como agressores ou vítimas (Olweus, 1998).
Uma pesquisa feita em Portugal com 7.000 estudantes mostrou que, aproximadamente, um em cada cinco alunos (22%) entre seis e dezesseis anos já foi vítima de bullying na escola. A pesquisa mostrou também que o local mais comum de ocorrência de maus-tratos são os pátios de recreio (78% dos casos), seguidos dos corredores (31,5% dos casos) (Almeida,
2003). Na Inglaterra, uma pesquisa da ONG Young Voice e publicada no livro Bullying in Britain mostrou que, apesar de existir uma lei que obriga as escolas a prevenir o bullying, os estudantes não estão satisfeitos com os resultados. Segundo Katz (2003), da ONG Inglesa Voice, se os pais mandarem seus filhos reagirem com violência quando sofrerem o bullying, isso só atrapalhará a resolução do problema.
De acordo com a pesquisadora Fuensanta Cerezo (2001), na Espanha, o nível de incidência do bullying se situa em torno de 15% a 20% dos sujeitos em idade escolar, o que vem a confirmar os dados de estudos desenvolvidos em Portugal, como nos outros países da União Européia, apontando índices semelhantes.
Nos Estados Unidos, o bullying é tema de interesse. O fenômeno cresce entre alunos das escolas americanas. Os índices são tão altos que os pesquisadores americanos classificam como conflito global e que a persistir essa tendência será grande o número de jovens que se tornarão adultos abusadores e delinqüentes (Andrews, 2000).
No Brasil, a ONG (Organização Não-Governamental) Abrapia – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência – começou a desenvolver, no Rio de Janeiro, um projeto com o patrocínio da Petrobras, com 11 escolas públicas e particulares. O objetivo desse estudo é ensinar e debater com professores, pais e alunos formas de evitar que o bullying aconteça.
Pesquisadores de todo o mundo atentam para este fenômeno, que toma, cada vez mais, aspectos preocupantes quanto ao seu crescimento e por atingir faixas etárias inferiores, relativas aos primeiros anos de escolaridade.
Estima-se que em torno de 5% a 35% de crianças em idade escolar estão envolvidas, de alguma forma, em atos de agressividade e de violência na escola (Fante, 2002).
Baseado nos dados dos mais diversos países, pode-se seguramente afirmar que o fenômeno está presente em todas as escolas de todo o mundo.
No Brasil, o bullying ainda é pouco pesquisado, comentado e estudado, motivo pelo qual não temos indicadores que nos forneçam uma visão global para que possamos compará-lo aos demais países, a não ser dados de alguns estudos. Encontramos como reflexo de trabalhos europeus, algumas pesquisas sobre o bullying escolar. Em Santa Maria (RS), o trabalho realizado pela professora Marta Canfield e seus colaboradores (1997) em quatro escolas públicas. No Rio de Janeiro, as pesquisas dos profs. Israel Figueira e Carlos Neto (2000 – 2001) em duas escolas municipais.
Em São José do Rio Preto e região (2000 – 2002), pesquisas realizadas junto a quase mil e quinhentos alunos do Ensino Fundamental e Médio em escolas públicas e privadas, pela professora Cleodelice Aparecida Zonato Fante e seus colaboradores.
O quadro aqui apresentado, envolvendo escola, violência e jovens, é apenas um dos componentes da grande galeria brasileira e internacional da violência. Apesar da gravidade e da necessidade de reflexões, são poucos os estudos existentes a respeito do tema. Em levantamento realizado por Nogueira (2003) das teses e dissertações sobre o tema “escola e violência” nos programas de Pós-Graduação em Educação, abrangendo o período de 1990 a 2000, a autora menciona que, dos trinta e seis trabalhos encontrados nesse período, nenhuma das pesquisas teve como objeto de estudo a questão da violência moral ou bullying escolar. Portanto, a necessidade de pesquisarmos e de refletirmos esse fenômeno.
Rosana Maria César Del Picchia de Araújo Nogueira
Mestre em Educação e Ciências Sociais pela PUC-SP e doutoranda
em Educação e Ciências Sociais pela PUC-SP


Segue a redação do aluno Renan Henrique Teixeira do 9ºD.




Bullying, o medo da população
O Bullying é o ato de humilhar, violentar, constranger, falar mal etc. O agressor sempre pratica o bullying com pessoas menores que ele e mais frágeis, o bullying ocorre até em outros países, cidades, estados entre muitos outros. A pessoa que sofre o bullying (vítima) pode ficar com seqüelas muito grandes e pode também ficar sem vontade de viver e de cumprir seus objetivos.
Um caso de bullying é o que aconteceu nos Estados Unidos em uma escola onde o agressor batia e falava mal um menino que se vingou batendo no agressor. Esse é um de muitos casos que aconteceu em escolas com praticantes de bullying.
A vítima que sofre o bullying na escola sente falta de vontade de ir a escola, voltar da escola, não querer mais estudar nessa escola, ter medo de ir e voltar da escola,abaixa seu rendimento escolar,perde seus pertences e dinheiro inexplicavelmente e em muitas vezes ela pode ficar sofrendo de depressão por um longo período e muito tempo.
Bullying afasta as pessoas do que elas são ou do que querem ou irão ser,a vítima pode perder a noção do que está acontecendo pois na maioria das vezes muitas coisas não interessam mais para elas,ela perde a felicidade para realizar seus sonhos e torná-lo realidade,também em muitas outras vezes de tanto que a vítima sofre o bullying ela acaba se matando e antes de se matar ela acaba matando o colega dela que era o agressor das brincadeiras de mal gosto.O bullying pode ser considerado crime  já nos EUA o praticante disso  pega prisão e não importa a idade. Essa lei já é aplicada nos EUA e deveria ser aplicada aqui no Brasil há muito tempo já que é aqui que possui um grande índice de bullying.
Então deixe de lado o bullying e não se faça de agressor, pois as pessoas não gostam disso e quanto mais você faz isso você está correndo o risco de ser odiando e no fim da história a vítima querer se vingar de você pelos atos que você já fez por estas pessoas que era indefeza.



Segue a redação do aluno Henrique Penna Ceravolo Soares 9° A

Bullying: o terror das escolas


Segundo o texto da coletânea, “bullying é um comportamento agressivo realizado repetidamente e de forma intencional, sem causa aparente, por um estudante ou um grupo deles contra outro(s) causando dor ou angústia e executado dentro de uma relação desigual de poder – os valentões da escola por exemplo”. Isso o que você viu é a definição de bullying. Chato, não é mesmo? Entretanto, mais chato ainda é para quem sofre disso.
O bullying é um termo novo e começou com pesquisas na Escandinávia, no Japão e no Reino Unido. Ele traz sequelas para todos os envolvidos. Tanto agressor quanto o agredido ficam com dificuldade de relacionamento, insegurança ou sob pressão em algum momento. E não pense que isso é um fenômeno em que só os jovens participam. Pais e professores também podem realizá-lo.
As pessoas que sofrem o bullying normalmente são as mais fracas, inseguras, indefesas e sozinhas, pois são mais fáceis de intimidar e não representam ameaças significativas para o agressor. Essa pessoa pode crescer sofrendo e, se assim for, provavelmente vai agir de um dos dois jeitos: tentará se matar ou descontará seus problemas no agressor. Recentemente tivemos vários casos na mídia de pessoas que sofriam bullying na escola e revidaram. Um deles aconteceu na Austrália. Um menino tirava sarro de outro garoto mais gordo, que acabou se irritando, agarrando seu agressor e o arremessando no chão. O outro caso foi aqui no Brasil. Um ex-aluno retornou a sua antiga escola, com uma arma, e começou a atirar principalmente nas meninas que se encontravam em sala de aula, pois quando ele a frequentava,  eram as garotas quem mais o ridicularizava.
Se quiser ajudar a acabar com isso que está acontecendo nas escolas, não pratique o bullying com outras pessoas, pois isso é ruim para todos os envolvidos.












sábado, 5 de maio de 2012

Narrativa: As times goes by ( Casablanca)


As Time Goes By 

Olá pessoal:
A nossa redação dessa semana foi desenvolvida a partir de uma proposta trazida pelo nosso livro didático da rede salesiana de ensino.

Leia a sinopse do filme “Casablanca”:
Em plena Segunda Guerra Mundial, enquanto cidades são invadidas pelos alemães, duas pessoas conseguem viver um romance intenso e inesquecível em Paris. O que torna a história mais interessante é exatamente a impossibilidade deste amor continuar. O roteiro e os diálogos do filme dirigido por Michael Curtiz, em 1942, são perfeitos nesse sentido. llsa, interpretada pela bela atriz sueca lngrid Bergman, apaixona-se por Rick, o charmoso galã Humphrey Bogart, mas, em vez de fugir com ele de Paris, manda-lhe um bilhete de despedida na estação de trem. Ele parte sem entender o que havia acontecido. Tudo isso é contado em flashback. Anos depois já em Casablanca, na Marrocos francesa, ela aparece com seu marido, o herói Victor Laszlo, interpretado pelo ator Paul Henreid, justamente no Rick's Bar, do qual o personagem de Bogart é dono. Eles estão à procura de um meio de fugir para a América. O sofrimento de Rick ao vê-la é inevitável e ela fica novamente dividida entre seus dois amores. O final é realmente surpreendente. Mas o sucesso do filme, que até hoje continua ganhando muitos fãs de todas gerações, explica-se pela fórmula bem dosada de romance, humor, intriga e suspense.
Após a leitura da sinopse, veja a continuação criativa da história dada pelo grande escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo.
As Time Goes By
Luís Fernando Veríssimo

Conheci Rick Blaine em Paris, não faz muito. Ele tem uma espelunca perto da Madeleine que pega todos os americanos bêbados que o Harry’s Bar expulsa. Está com 70 anos, mas não parece ter mais que 69. Os olhos empapuçados são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga só parou de crescer porque não havia mais lugar atrás do balcão. A princípio ele negou que fosse Rick.
- Não conheço nenhum Rick.
- Está lá fora. Um letreiro enorme. Rick’s Café Americain.
- Está? Faz anos que não vou lá fora. O que você quer?
- Um bourbon. E alguma coisa para comer.
Escolhi um sanduíche de uma longa lista e Rick gritou o pedido para um negrão na cozinha. Reconheci o negrão. Era o pianista do café do Rick em Casablanca. Perguntei por que ele não tocava mais piano.
- Sam? Porque só sabia uma música. A clientela não agüentava mais. Ele também faz sempre o mesmo sanduíche. Mas ninguém vem aqui pela comida.
Cantarolei um trecho de As Time Goes By. Perguntei:
- O que você faria se ela entrasse por aquela porta agora?
- Diria: “Um chazinho, vovó?” O passado não volta.
- Voltou uma vez. De todos os bares do mundo, ela tinha que escolher logo o seu, em Casablanca, para entrar.
- Não volta mais.
Mas ele olhou, rápido, quando a porta se abriu de repente. Era um americano que vinha pedir-lhe dinheiro para voltar aos Estados Unidos. Estava fugindo de Mitterrand. Rick o ignorou. Perguntou o que eu queria além do bourbon e do sanduíche do Sam, que estava péssimo.
- Sempre quis saber o que aconteceu depois que ela embarcou naquele avião com Victor Laszlo e você e o inspetor Louis se afastaram, desaparecendo no nevoeiro.
- Passei quarenta anos no nevoeiro - respondeu ele.
Objetivamente, não estava disposto a contar muita coisa.
- Eu tenho uma tese.
Ele sorriu.
- Mais uma...
- Você foi o primeiro a se desencantar com as grandes causas. Você era o seu próprio território neutro. Victor Laszlo era o cara engajado. Deve ter morrido cedo e levado alguns outros idealistas como ele, pensando que estavam salvando o mundo para a democracia e os bons sentimentos. Você nunca teve ilusões sobre a humanidade. Era um cínico. Mas também era um romântico. Podia ter-se livrado de Laszlo aos olhos dela. Por quê?
- Você se lembra do rosto dela naquele instante?
Eu me lembrava. Mesmo através do nevoeiro, eu me lembrava. Ele tinha razão. Por um rosto daqueles a gente sacrifica até a falta de ideais. A porta se abriu de novo e nós dois olhamos rápido. Mas era apenas outro bêbado.

Agora o escritor é você! Faça uma narrativa, a partir da sinopse lida e da crônica de Luís Fernando Veríssimo, contando o que aconteceu com o casal Ilsa e Victor Laszlo após chegarem a América.


Segue a redação da aluna Beatriz C. Jakubowski dos Santos do 9ºA.

Meu Erro
Era uma fria manhã de Outono aqui, no Canadá. Uma daquelas manhãs que minha mãe adoraria, ela faria chocolate quente para mim, me deixaria usar seu casaco de veludo e nós iríamos, juntas, fazer um bolo de chocolate.
Após me arrumar e resolver alguns assuntos pendentes no centro da cidade, eu fui ao cemitério visitar o túmulo dela. Levei um buquê de petúnias, suas favoritas. Sentei-me próxima ao antigo buquê, também de petúnias. Ao lado de sua foto havia uma placa em bronze onde se lia Ilsa Laszlo – 1935-1990.
Quando viva, mamãe contava-me histórias sobre um antigo marido – Rick Blaine – e um antigo noivo – Victor. Se não me engano, ela era casada com Rick, mas eles se separaram durante a Segunda Guerra Mundial e, por isso, ela achou que ele havia morrido. Então mamãe passou algum tempo em Marrocos, onde conheceu Victor.
Esse tal de Victor é meu pai. Eu o odeio. Papai só viveu conosco até eu completar dez anos; hoje tenho 25, mas lembro de muitas coisas que ele fazia. Até meus cinco anos era um pai normal, mas então ele começou a beber e, em 1990, mais especificamente, em 18 de março de 1990, quando eu voltei da escola, vi que papai estava bêbado (de novo) e brigando com minha mãe, porque ela tinha recebido uma carta de Rick. Até aí, nenhuma novidade. Mas daquela vez ele sacou um revólver e atirou nela. Morte na hora.
Eu fugi para a casa da minha tia e a última vez que vi aquele homem foi no tribunal. Como eu era a única testemunha ocular, ele me ameaçou e então eu disse para o juiz: “Não foi o papai. Ele é bonzinho e estava tentando convencer a mamãe a não se matar. Acho que ela não gostava de mim porque, assim que me viu, ela atirou em si mesma”. Também chorei. O júri acreditou em mim e declarou que Victor era inocente.
Esse foi o meu maior erro. O maior erro de toda a minha vida.